quarta-feira, 5 de março de 2014

Bye, bye, baby, bye, bye

O telefone toca. Uma, duas vezes. Na terceira, eu decido atender e me arrependo no instante em que olho o número. É claro que eu não me esqueceria, mas não podia acreditar. Não podia ser você. Nunca é você. Mas dessa vez, infelizmente, era. Dois anos sem ver você, sem sentir você, sem olhar para você e, em uma fração de segundos, lá estava sua voz mais uma vez na minha cabeça - e era de verdade. Por que você não me esquece e some? Por que sempre ir embora e voltar atrás? Eu tô bem, obrigada, mesmo que você não tenha perguntado. E não, não quero te ver. Você não merece ser visto, nem por mim, nem por ninguém. Demorei anos para que eu finalmente me recuperasse e entendesse as suas atitudes, as suas loucas e brutas atitudes. Levei meses e mais meses para que não me deixasse mais ser atingida pelas suas ações impensadas, pelo seu egoísmo banal. Levei sei lá quantos dias para tentar afastar da cabeça todas as perguntas que você plantou sem respostas. E, depois disso tudo, depois de eu me recuperar, de me reerguer, de finalmente acordar e não chorar pela falta que você faz, você reaparece. Reaparece como quem não quer nada. Reaparece como se fosse alguém que me ligou no meu aniversário, como se fosse alguém que me desejou um feliz natal e ano novo. Reaparece como se fosse alguém que se importa comigo. E nessa sua falsidade explícita, nessa sua falta de vergonha na cara e amor próprio, me pede para ver a sua mais nova obra, a sucessão perfeita que demorou anos para ser feita. Pois não vou. Não vou e vê se não me procura. Você fez porque fez para me tirar da sua vida, e agora que conseguiu, eu não vou voltar para ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário